sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ato Público e Caminhada chamam a atenção da população para o descaso da Administração Wallace com a Educação

Nesta sexta-feira, 01 de novembro, mais de 300 profissionais da educação da rede municipal de Várzea Grande, em greve por tempo indeterminado desde o dia 22 de outubro, realizaram uma Caminhada pelo centro da cidade. A caminhada foi para chamar a atenção da população varzeagrandense para o descaso do prefeito Wallace Guimarães e do secretário de educação Jonas Sebastião com a educação.


Os 300 manifestantes caminharam da Praça Pedro Pedrossian (próximo a Loja da Todimo) até a Praça da Igreja Nossa Senhora do Carmo com faixas, cartazes com frases denunciando a falta de infraestrutura das escolas, a falta de merenda, a não aplicação dos 25% da arrecadação do município na educação, conforme determina a Constituição Federal, já que a Lei Orgânica do município prevê 30% e principalmente denunciar o não atendimento as reivindicações da categoria.

Segundo o presidente do Sintep/VG, Gilmar Soares Ferreira, a caminhada é para alertar a população sobre as mentiras do Secretário Jonas nos meios de comunicação quando diz que já foram atendidas as reivindicações da categoria. “A categoria tem uma pauta estruturante que é a revisão da Lei de Plano de Carreira, Cargos e Salários. Exigimos a definição da data base, pagamento da Hora de Trabalho Pedagógico (HTP), reconhecimento do Pró-funcionário e também a definição do Piso Salarial (há dois anos sem reajuste). Hoje um professor ganha apenas R$ 906,00 e um funcionário apenas o salário mínimo”, afirmou o professor Gilmar durante a caminhada pelo centro de VG.

Denúncias

A caminhada também foi um momento para denunciar à sociedade a falta de merenda escolar nas escolas que está à base de abóbora, vinagre e bolacha (apelidada de bolacha pedagógica). “Nenhuma criança é educada comendo só abóbora e com a escola correndo o risco de desabar na cabeça de uma criança”, desabafou a professora Adriana Alves da Rocha que atua no CMEI Lucimar Sacre de Campos.

Já na CMEI Mariana Rodrigues Azevedo, citada como exemplo, foram entregues, na semana passada, para servir 60 crianças, 11 laranjas (3 estavam estragadas), mamão verde e maçã madurada a força (colhida fora de época). Os professores também relataram, com muita indignação, que a escola havia solicitado um freezer ou uma geladeira para a conservação do leite, para a SME. O órgão burocrático passou quase o ano todo licitando, porém quando a comunidade se mobilizou e através de doações compraram o tão esperado freezer, receberam a visita da SME para fazer o documento de doação à secretaria de educação.

Articulações políticas

O presidente do Sintep/MT, durante os informes no final da caminhada, em frente a Praça da Igreja N. Sra do Carmo, relatou os contatos com o Deputado Federal Ságuas Moraes, que estava no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), buscando liberação de recursos para a construção de escola e creches no município,  assumiu o compromisso de colocar na mesa durante audiência com o prefeito Wallace a necessidade de aprovar o PCCS da categoria.

 “Um dos requisitos que o FNDE, ante a assinatura do PARs – Planos de Ações Articuladas (União, Estados e Municípios) exige para a liberação de recursos para os municípios,  a aprovação e/ou reestruturação dos Planos de Carreiras”, afirmou o professor Gilmar Soares. Para o presidente, é uma contradição a rede municipal de VG buscar recursos no Governo Federal, quando não cumpre com preceitos constitucionais de aplicação dos 25% previstos na educação, frizou.

O professor também relatou a conversa telefônica que fez com a secretária estadual de educação, Rosaneide Sanches, sobre os convênios com o município, que fazem parte  no Plano de Ação Articulado (PAR) assinado pelo prefeito e secretário. Uma dos critérios exigidos pelo PAR é a aprovação da Lei de Gestão Democrática. “Portanto, o município precisa  ter uma lei de Gestão e a categoria exige a revisão da atual pois é ultrapassada e não atende a nova realidade de reconhecimentos dos/as funcionários de escola como  profissionais da educação” , relatou o professor Gilmar Soares Ferreira.

Gilmar comentou a importância do contato com o Ministério Público. “Vamos conversar com os pais e mães para que busquem o  Ministério Público para  cobrar uma solução para a falta de aula nas escolas e a falta de merenda, e também de estruturas das unidades escolares”, afirmou  o presidente do Sintep/VG.

O presidente lançou um desafiou para o prefeito e secretário que entre com o pedido de Ilegalidade da Greve na justiça. “Porque não fizeram isso, já que estamos completando duas semanas de greve e dizem que já atenderam nossa pauta. O que estão esperando para pedir a ilegalidade da nossa greve?”, desafiou o dirigente do sindicato, diante das crescentes dívidas o executivo vem contraindo com a categoria, inclusive não pagar o piso nacional dos professores de 2013.

A secretária de assuntos jurídicos do Sintep/VG, Cida Cortez, cobrou a responsabilidade dos vereadores. “Queremos também lembrar que os vereadores estão acomodados. Queremos lembrar que o Tribunal de Contas do Estado já fez uma alerta ao município que não aplica os 25% da arrecadação na educação. Então senhores vereadores como podem fazer vistas grossas. O que está sendo feito com os recursos da educação? Já que nas escolas estão servindo abóboras”, questionou Cida, cobrando dos vereadores que saiam do comodismo político e se posicionem cobrando do prefeito e do secretário  mais respeito aos trabalhadores da educação.

Mobilização

 Na segunda-feira (04/11), iniciando a terceira semana de greve, a categoria realiza Ato Público na porta do Gabinete do Prefeito Wallace. A concentração está marcada para às 7h30. Após o ato serão formadas equipes para visitar as escolas que ainda não aderiram ao movimento. 

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