Anadelma Marques e Gilmar protocolado Ofício no MP |
A
chuva constante, nesta manhã de terça-feira (13), não dispersou os
trabalhadores da educação da rede municipal de Várzea Grande
durante o ATO DE PROTESTO realizado na porta da prefeitura para
denunciar as arbitrariedades, adotadas pelo Secretário Municipal e
pelo Prefeito em exercício, que colocam em risco a conclusão do ano
letivo de 2012 nas escolas municipais de Várzea Grande.
No período da tarde, a Direção do SINTEP/VG protocolou as denúncias no
Ministério Público (MP). A direção da
subsede quer garantir os 200 dias letivos nas rede municipal.
Confira o Ofício
protocolado no MP na íntegra:
Ofício n.º
235/2012 - Várzea Grande, 13 de novembro de 2012
Senhor
Promotor
Vimos
através deste, informar à Vossa Senhoria, as situações
vivenciadas em nossas escolas da Rede Municipal de ensino de Várzea
Grande, neste final de ano letivo de 2012.
Em
que pese as determinações do Ministério Público Estadual de o
Município de Várzea Grande nomear os servidores aprovados e
classificados em concurso público e também as recomendações do
TCE de risco de extrapolação com gastos com pessoal, não podemos
entender a situação de instabilidade e insegurança que se abate
sobre nossas comunidades escolares, provocadas pela administração
municipal, principalmente pela fragilidade de boatos sobre demissão
de pessoal contratado e encerramento antecipado do ano letivo de
2012.
Informamos
que boatos sobre o fechamento das creches no dia 30 de novembro e
fatos de encerramento de contratos e de demissão de pessoal
contratado, são informações que circulam, a partir de
reunião do Secretário Municipal com os gestores das escolas, sem
nenhuma linha por escrito, sem publicação em Diário Oficial,
contrariando os preceitos da Administração Pública da Constituição
Federal, dentre eles, a Legalidade e a Publicidade.
Também
que tudo isto, vem gerando intranquilidade e insegurança para os
profissionais e os pais e mães de alunos, que sentem seus direitos
negados ou reduzidos. Os pais convivem com a incerteza de que seus
filhos não poderão frequentar a creche ou a escola em dezembro e os
profissionais contratados sem receber salários e correndo o risco de
perder seus empregos.
Informamos
ainda, que persistem nas unidades escolares, pessoal indicado pela
via do apadrinhamento político. Muito nos estranha que o cortes na
folha de pagamento aconteça justamente com quem está na
escola atendendo os alunos.
Anexamos
junto a este ofício, relatos colhidos entre os profissionais no Ato
de Protesto realizado nesta data de 13 de novembro, em frente ao
Palácio Couto Magalhães que atestam as situações aqui apontadas.
Segue
uma descrição dos problemas enfrentados:
1.Informações
extra-oficiais de que as creches fecharão no dia 30 de novembro,
sendo que o calendário letivo que já iniciou de forma tardia (em
março) não contemplaria os 200 dias mínimos exigidos na LDB
9394/1996;
2.Como
Consequência do fechamento das creches, mais de 7.000 crianças da
Educação Infantil (Senso Escolar de 2011) podem ficar sem aulas,
sendo lhes negado o direito ao mínimo dos 200 dias letivos;
3.Várias
situações de pessoas que estão trabalhando nas unidades escolares
sem serem contratadas ou sem receber salários (ver nomes de pessoas
e escolas nos relatos em anexo);
4.Várias
situações de fechamentos de Salas Multifuncionais e de Articulação,
essenciais para correções das distorções de aprendizagem dos
alunos de forma a inclusão dos mesmas nas salas regulares;
5.Demissão
de professor interprete de línguas e sinais;
6.
Destrato de professores que estavam trabalhando no atendimento da
demanda dos alunos;
7.
Situação de Fechamento de Programas especiais como o Mais Educação,
que recebe recursos do Governo Federal e que mesmo recebendo os
recursos, houve finalização antecipada do programa.
Nossa
principal preocupação reside na manutenção e no cumprimento do
direito dos alunos ao calendário letivo de no mínimo 200 dias
letivos e nas condições de pessoal para o atendimento da demanda.
Neste
sentido, solicitamos ajuda desta Promotoria, na luta por resguardar o
direito dos alunos e dos pais e mães de aluno, ao calendário letivo
mínimo e as condições mínimas para seu desenvolvimento.
O documento foi
assinado pelo presidente do SINTEP/VG e protocolado às 14h, no
Ministério Público.
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